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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Nós clamamos, e ninguém nos ouve”, afirma pároco de Gaza

O pároco da igreja católica na cidade de Gaza descreveu que a cidade está “inundando-se de sangue” com os hospitais lotados de pacientes.

A reportagem é de Judith Sudilovsky, publicada nos sítios Catholic News Service e National Catholic Reporter, 05-01-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Em uma mensagem aos participantes em uma missa especial pela paz na igreja de Santo Estevão, em Jerusalém, no dia 04 de janeiro, monsenhor Manuel Musallam, pároco da igreja Sagrada Família, na cidade de Gaza, escreveu: “O que vocês veem na televisão não pode ser comparado ao que está acontecendo. A palavra amor está engasgada na minha garganta... Estamos vivendo como animais em Gaza. Nós clamamos, e ninguém nos ouve. Eu peço a Deus por misericórdia e rezo para que a luz do cristianismo continue a brilhar em Gaza”.

Líderes da igreja na Terra Santa participaram da missa na paróquia São Estevão enquanto cristãos locais e estrangeiros se reuniram em outro lugar em Israel e na Cisjordânia para rezar pelo fim da violência em Gaza. Quando Israel começou sua operação militar em Gaza, em dezembro, os líderes das igrejas cristãs na Terra Santa convocaram para que o dia 04 de janeiro fosse um dia de oração pela paz.

Na São Estevão, o patriarca latino aposentado Michel Sabbah, de Jerusalém, disse que a incursão israelense na faixa de Gaza significa morte para ambos os lados.

“O que está acontecendo agora é a morte para palestinos assim como para israelenses”, disse o patriarca Sabbah na missa. “O que está acontecendo em Gaza fez com que todos nós viéssemos rezar e nos unir em uma oração que pede o fim do massacre. Nós estamos clamando a Deus para que olhe para Gaza e veja o que está acontecendo lá e com todos nós”.

A paz só pode vir por meio da justiça, não da guerra, disse.

“Nós estamos olhando para nós mesmos e não estamos fazendo o nosso melhor. Israel poderia para com isso e irá parar, mas então, depois dessa destruição, provavelmente haverá mais destruição”, afirmou.

Ele convocou os palestinos a se darem conta de que a única forma de reconquistar sua liberdade e independência é por meio de meios não-violentos.

Mais cedo, na igreja de Santa Catarina, ao lado da Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia, os cristãos participaram de uma missa especial.

“Isso é genocídio”, disse o morador de Belém Adel Sahouri, 70, que participou da missa. “Israel é muito forte e tem todas as armas que o mundo pode possuir. O que o Hamas tem? Só foguetes, nada”.

Israel lançou um ataque terrestre em Gaza, no dia 03 de janeiro, depois de vários dias de ataques aéreos para parar o grupo militante palestino Hamas de lançar foguetes contra Israel.

Israel afirma que, durante o ano passado, grupos terroristas apoiados pelo Irã em GazaNegev, ao sul de Israel. dispararam mais de três mil foguetes, mísseis e morteiros em alvos civis na região de

Em um banco central da igreja Santa Catarina, Victor Zoughbi se ajoelhou em oração.

Ele contou ao Catholic News Service depois da missa que ele estava rezando “não apenas pelas pessoas em Gaza, mas também por aqueles de Tel Aviv. Cada soldado [israelense] que está invadindo Gaza agora tem uma mãe que está grudada à televisão com o seu coração na boca. Aquele que verdadeiramente tem Deus em seu coração ama a todo mundo”.

Zoughbi disse que ele não entende o objetivo dos foguetes do Hamas, dada a sua inexatidão, e enfatizou o fato de que há apenas um governo palestino chefiado pelo primeiro-ministro palestino Mahmoud Abbas. Em junho de 2005, Hamas separou-se do movimento Fatah de Abbas e tomou o controle da faixa de Gaza. O governo de Abbas ainda controla a Cisjordânia.

“Pelo que estamos lutando – por um pedaço de terra? Tomem a terra. No fim, a terra irá engolir a todos nós”, ele disse, indicando que, dada a situação, ele não se sentia capaz de falar tão livremente com tantos de seus amigos e conhecidos a fim de que sua lealdade fosse colocada em questão.

Depois da missa em Belém, mais de 50 fiéis – carregando uma coroa de flores, cartazes pedindo paz, uma bandeira preta de luto e uma bandeira palestina – se dirigiram em procissão ao redor da Praça Manger, recitando o Salmo 50, tradicionalmente usado em funerais.

“O que está acontecendo é guerra, e eu estou rezando para que ela acabe. Eu não espero que as pessoas escutem [a minha oração]; eu estou esperando por Deus e, qualquer que seja o plano de Deus, nós iremos segui-lo”, disse Rosemarie Nasser, 55. “Ninguém compreende que Deus tem seu próprio tempo. Tantas vezes nas nossas vidas Deus usa o mal para o bem”.

Unissinos

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