5/11/2008
Um joelho computadorizado resistente à água e que pode ser regulado pelo próprio usuário. A tecnologia, desenvolvida nos Estados Unidos e lançada em maio na Alemanha, foi apresentada pela primeira vez na América do Sul no 3º Encontro Brasileiro de Amputados, que ocorreu em Itapema (SC).
Para quem não tem parte do membro inferior, a novidade representa a garantia de independência. Com o joelho à prova de umidade, o amputado pode fazer atividades não permitidas a quem usa próteses comuns, como tomar banho sozinho, caminhar à beira da praia, andar na chuva e lavar carro.
Com um microprocessador que fornece respostas rápidas aos movimentos, o joelho eletrônico permite ao usuário regular a prótese sozinho, sem a necessidade de um técnico. Assim, o amputado pode mudar a velocidade e se adaptar rapidamente a diferentes tipos de terreno durante a caminhada, podendo, por exemplo, correr para pegar um ônibus.
Principal atração do evento, o joelho computadorizado está sendo testado em duas pessoas. Segundo os organizadores do encontro, o preço da prótese ainda não está definido, mas a intenção é que a tecnologia seja comercializada no Brasil o mais rápido possível.
O encontro reuniu 900 amputados e pessoas que nasceram sem um membro. Especialista em órteses e próteses, Agenor Souza, da organização não-governamental (ONG) Oportunizar, que organiza a reunião, ressalta que o evento não se resume à apresentação de novidades tecnológicas.
- Nosso principal objetivo é fazer com que o amputado supere barreiras e se insira cada vez mais na sociedade e no mercado de trabalho - diz.
Durante o evento, os amputados fazem atividades esportivas, como escaladas, arvorismo, paintball. Eles participam ainda de aulas de golfe e de uma oficina de tênis promovida por uma entidade ligada ao tenista Gustavo Kuerten. Além disso, profissionais de saúde ministram palestras técnicas e debates sobre a reintegração dos amputados à sociedade.
- Atualmente, muitos amputados ficam reclusos em casa porque não são estimulados a participar de esportes e desafios - afirma Agenor. Ele defende um trabalho de conscientização sobre o tema e a parceria com os empregadores para garantir a inserção no mercado de trabalho:
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem 145 mil brasileiros sem pelo menos um dos membros. O número de usuários de próteses, no entanto, pode ser maior porque os dados são do censo de 1991 e exclui deficiências provocadas por doenças degenerativas. De acordo com a ONG Oportunizar, os acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, problemas vasculares e tumores malignos são as principais causas de amputamento no país.
http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=145787
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