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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Intolerância religiosa nas mãos de Lula

Representantes de diversas religiões agendam encontro com presidente da República para tratar do tema.

O combate à intolerância religiosa chegará às mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segmentos do catolicismo, judaísmo e de cultos afro-brasileiros, como o candomblé, anunciaram que terão um encontro com Lula para tratar do assunto. Cerca de 40 pessoas ligadas à Comissão de Combate à Intolerância Religiosa debateram, no Rio, propostas para a redação de um programa nacional sobre o tema, que deverá ser apresentado a Lula no dia 20 de novembro. Os evangélicos não participaram da reunião.

“Queremos congregar todos os setores. Pela primeira vez, um presidente vai receber a comissão para discutir o tema. Vamos elaborar um projeto nacional", diz Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap). Presidente da Federação Israelita do Rio, Sérgio Niskier disse não acreditar em ação de governo que "não nasça do clamor". “A sociedade brasileira tem de dar um grito contra a intolerância", declarou. Em discurso, Niskier lembrou casos recentes de ataques sofridos por religiões de matriz africana no Estado do Rio e apresentou a solidariedade dos judeus. "Já foi assim conosco. Depois dos judeus, vieram os ciganos, os comunistas, os homossexuais etc. O racismo não se contenta com seu primeiro alvo", protestou. Segundo ele, sinagogas também são alvos de vandalismo no Rio.

No encontro, o subsecretário de Políticas Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Alexandro Reis, disse que o governo federal poderá financiar a criação de uma Delegacia de Combate à Intolerância Religiosa no Rio. Um dos convidados, o delegado Henrique Pessoa, coordenador de Inteligência da Polícia Civil fluminense, diz que é preciso que as pessoas denunciem as ocorrências. O policial estimulou os presentes a divulgar que denúncias podem ser feitas por meio do site da Polícia Civil.

O presidente da Associação de Educação Católica do Rio, Sérgio Maia, apresentou um plano de mobilização das religiões pela educação e defendeu que a sociedade "tenha a convicção das contribuições africanas". Foram discutidos, entre outros pontos, o mapeamento de centros religiosos no país e a aplicação da lei que determina o ensino de história da África e cultura afro-brasileira nas escolas. Na semana passada, foi lançado o projeto do primeiro censo de terreiros e casas de cultos afro-brasileiros no Rio.

(Agência Estado)
http://www.cristianismohoje.com.br/

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