Somália :
Nairobi, 04 Nov (Lusa) - Uma adolescente de 13 anos foi lapidada até à morte depois de violada e condenada por um tribunal islâmico da Somália que a considerou culpada de adultério, revelou hoje a UNICEF.
"É um incidente trágico e lamentável. Uma criança é duplamente vítima, primeiro dos autores da violação e depois daqueles que administram a justiça", denunciou o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para a Somália, Christian Balslev-Olesen.
"Este incidente mostra a vulnerabilidade extrema das raparigas e das mulheres na Somália", acrescentou a UNICEF, assinalando que a violência ligada ao sexo ou ao género é exacerbada pela instabilidade crónica do país, em guerra civil desde 1991.
Aisha Ibrahim Dhuhulow foi lapidada até à morte na semana passada por uma multidão, durante uma execução pública depois de ter sido declarada culpada por um tribunal islâmico de Kismayo, no Sul da Somália.
Segundo a UNICEF, a vítima foi violada por três homens quando se deslocava para visitar a avó. "Depois da agressão, ela procurou a protecção das autoridades, que a acusaram de adultério e condenaram à morte", noticiou aquela agência da ONU.
A cidade de Kismayo foi tomada a 22 de Agosto por uma coligação de combatentes fiéis ao líder islamita Hassan Turki, cujo nome figura na lista norte-americana dos que financiaram o terrorismo, e a "shebab", o principal grupo de combatentes extremistas na Somália.
Depois disso, já foi nomeada uma nova administração para a cidade e começou a ser aplicada de uma forma muito severa da sharia (lei corânica).
RTP
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