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sábado, 4 de abril de 2009

Brasileiras em segundo lugar na preferência dos suíços

Desde o início dos anos de 1970, o número de casamentos binacionais na Suíça mais do que dobrou। Somente 50,6% dos matrimônios no país ainda ocorrem entre cidadãos suíços.

Mais de um terço dos casamentos na Suíça são binacionais.
Mais de um terço dos casamentos na Suíça são binacionais.

Legenda da foto:

Diante do altar, não há sinais de tensão entre a Alemanha e a Suíça. As alemãs são as prediletas dos suíços que casam com estrangeiras. As brasileiras aparecem em segundo lugar.

Em muitos países europeus, o número de casamentos vem diminuindo. Na Suíça, ele permanece estável há décadas em torno de 40 mil por ano (40.330 em 2007).

"O casamento parece ser uma importante etapa na vida das mulheres. Em 2007, 63% das suíças solteiras tinham perspectivas de casar pela primeira vez antes de completar 50 anos", escreve o Departamento Federal de Estatísticas (BFS) em sua newsletter "demos", publicada em 1° de abril.

Um outro dado do BFS mostra a crescente miscigenação dos suíços com os estrangeiros, que representam 21,5% da população do país. "Desde o início da década de 1970, constata-se um aumento da multiculturalidade dos casais. O percentual de casamentos entre suíços sofreu uma forte queda – de 74,7% em 1969 para 50,6% em 2007."

A participação das uniões matrimoniais entre estrangeiros no total de casamentos aumentou 2,3% desde 1969, atingindo 12% em 2007. No mesmo período, o número de casamentos binacionais (de cidadãos suíços com estrangeiros) mais do que dobrou (16% em 1970) e hoje representa mais de um terço (37,5%) do total.

Casamentos de mulheres estrangeiras com homens suíços ainda são proporcionalmente mais freqüentes do que de mulheres suíças com homens estrangeiros (2007: 54,7% contra 45,3%).

"Comunidades estrangeiras bem enraizadas"

Segundo o BFS, os dados mostram que "os casamentos binacionais ocorrem majoritariamente entre cidadãos suíços e membros de comunidades estrangeiras bem enraizadas na Suíça. A maioria dessas comunidades vem da Europa".

Por um lado, historicamente – considerando dados absolutos desde 1987 – são as alemãs que mais casam com suíços, seguidas pelas italianas e francesas. O aumento do número de casamentos entre mulheres de países não europeus com suíços está sujeito a fortes flutuações anuais.

Por outro lado, as mulheres suíças historicamente preferem casar com italianos, seguidos pelos alemães, homens da Sérvia e Montenegro, franceses e turcos, conforme apontam as estatísticas dos últimos 20 anos do BFS.

O perfil dos parceiros muda de ano para ano. Em 2007, por exemplo, 891 suíços casaram com alemãs e 673 com brasileiras (apenas 221 suíços com portuguesas). As tailandesas aparecem em terceiro lugar na preferência dos homens suíços – foram 538 casamentos.

Nos casamentos entre estrangeiros de mesma nacionalidade residentes na Suíça, os portugueses ocupam o quarto lugar, como mostram os números de 2007: matrimônios entre cônjuges italianos (319), alemães (318), sérvios e montenegrinos (316) e portugueses (307).

Menos divórcios entre binacionais

Em 2007, houve 19.882 divórcios na Suíça – 5,2% menos do que no ano anterior. Enquanto 20.414 casais suíços disseram o "sim" para toda a vida, 10.360 se separaram. "Caso a taxa de divórcio observada em 2007 continue igual no futuro, o risco de que um matrimônio termine diante do juiz é de 49%", escreve o BFS. Os casamentos que terminaram em 2007 duraram em média 14,5 anos.

O número de divórcios de casais binacionais foi relativamente menor. Enquanto houve 15.123 casamentos mistos, foram registrados 6.395 divórcios de casais binacionais (42,2%). "Esse percentual é semelhante para casais formados por suíça com estrangeiro ou estrangeira com suíço", informa a Associação de Aconselhamento de Casais e Famílias Binacionais e Multiculturais (binacional.ch).

Segundo a entidade, a integração do casal binacional no país escolhido para viver depende de muitos fatores. "Por exemplo, pode ser difícil para o/a estrangeiro/a encontrar um emprego correspondente à sua qualificação."

Além de disso, acrescenta a binacional.ch, problemas psicológicos e financeiros podem ser um desafio para a parceria. "Valores culturais, a religião e o grau de conhecimento do idioma local igualmente influenciam a integração. E também a saudade pode desempenhar um papel."

Swissinfo
Advogados RJ

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