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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Terremoto devasta Abruzzo

Eram 3h30 da madrugada desde 6 de abril de 2009, quando um abalo sísmico de 5,8 graus na escala Richter atingiu o centro da Itália.



Para a região de Abruzzo, epicentro do terremoto, é o inferno. O governo italiano decretou estado de emergência nacional. A Suíça está pronta para ajudar.

Centenas de edifícios literalmente ruíram e milhares ficaram danificados. Há cerca de 50 mortos e centenas de feridos. Entre 45 mil e 50 mil pessoas estão desabrigadas.

Desde o amanhecer, a devastação em Aquila aparece de maneira dramática. Ao meio-dia, havia 40 mortos, entre eles cinco crianças. O balanço tende a aumentar de hora em hora.

Na região de Abruzzo, há dez km do epicentro, segundo uma primeira estimativa da proteção civil italiana (PC), de 10 a 15 mil edifícios foram danificados.

No hospital local são atendidos os feridos de menor gravidade. Muitos esperam diante da entrada principal. Os feridos em estado mais graves são transportados de helicóptero para outras localidades. O hospital ficou sem água potável e só funciona uma sala de operação. É indispensável montar um hospital de campanha, pois o número de feridos não cessa de aumentar.

Outro perigo é o de novos desmoronamentos e os socorristas trabalham em meio ao caos de tanta destruição. Os membros da PC pedem que a população libere as ruas e estradas para seus veículos. Os desabrigados são evacuados para a região do estádio para um primeiro atendimento. Rapidamente vê-se que não basta e são improvisados vários pontos de atendimento na periferia.

Aquila não é única comuna gravemente atingida. Outras comunas foram devastadas, mas as informações ainda são fragmentadas. Aparentemente a situação é pior em Onna, com metade das casas destruídas, e em Paganica.

Governo apóia Abruzzo

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi anulou uma viagem à Rússia, agendada para hoje, e foi a Abruzzo constatar pessoalmente a situação. O ministro da Infraestrutura, Roberto Maroni, convocou um grupo de trabalho para elaborar e implementar as medidas mais urgentes.

O chefe da proteção civil, Guido Bertolaso, nomeou um comissário extraordinário do governo para a gestão da crise, depois de ter sobrevoado a região sinistrada e ter falado da "pior tragédia deste início de milênio".

Berlolaso lançou um apelo para intensificar "a colaboração dos italianos" e incitou-os a "evitar ocupar as estradas". Todas as unidades da proteção civil e dos bombeiros da Itália convergem para Abruzzo, enquanto toda a zona sinistrada é evacuada.

A Suíça está pronta para ajudar

De todas as regiões da Itália e do estrangeiro houve ofertas de ajuda. Em Berna, reuniu-se uma célula de crise do Corpo Suíço de Ajuda Humanitária (CSA), que está em contato com a Itália, disse à swissinfo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jean-Philippe Jutzi. Inicialmente é preciso ter informações mais precisas antes de um eventual envio de socorristas suíços a Abruzzo.

Enquanto as operações de socorro se organizam e se multiplicam, na Itália já começou a polêmica acerca de uma tragédia que, segundo especialistas, poderia ter sido evitada. "Fazia meses que os abalos sísmicos ocorriam e cada vez mais fortes", afirmou uma testemunha cuja casa foi destruída, à agência de notícias francesa AFP.

Depois de forte tremor registrado em Abruzzo meses atrás, um pesquisador havia lançado o alarme no final de março. Giampaolo Guiliani, especialista do Laboratório Nacional de Sismologia de Gran Sasso, tinha prognosticado um terremoto "desastroso" na região para 29 de março. Sua previsão havia provocado uma reação de pânico e Giuliani foi acusado de "propalar alarme".

Guido Bertolaso havia criticado o comportamento do pesquisador e pediu uma punição exemplar "para aquele imbecil que difundia notícias falsas".

O terremoto realmente não ocorreu dia 29 de março, mas oito dias depois. E agora, muitos pensam que deveriam ter levado a sério a advertência de Giuliani.

O chefe da PC insiste em alegar a impossibilidade de fazer prognósticos. Betolaso garantiu que, dados os contínuos tremores, a comissão de grandes riscos – órgão máximo técnico-cientítico da Itália - tinha se reunido em Aquila e concluído que não havia riscos maiores.

Swissinfo

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