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Segundo os autores do estudo, a técnica pode ajudar pesquisadores a entender a maneira como o cérebro humano estabelece o sentido de identidade e poderá ajudar no desenvolvimento prático de aplicações de realidade virtual e de tecnologias robóticas. Ela também poderia ajudar nos tratamentos de dores ‘fantasma’, sentidas em membros amputados.
Para criar a sensação de troca de corpos, os cientistas primeiro instalaram câmeras nos lugares dos olhos de um boneco de plástico, conectadas a duas pequenas telas colocadas em frente aos olhos dos voluntários, para que eles tivessem a visão que os bonecos teriam.
Quando as câmeras eram movimentadas para baixo junto com a cabeça do voluntário, eles passavam a ver o corpo do boneco no lugar de seu próprio corpo. Os cientistas tocavam então as barrigas dos dois com varetas. O voluntário podia ver a barriga do boneco sendo tocada, ao mesmo que tinha a sensação de ser tocado pela vareta encostada em sua própria barriga.
Como conseqüência, eles desenvolviam uma forte sensação de que o corpo do boneco era seu próprio corpo. Numa segunda experiência, as câmeras eram colocadas sobre os olhos de outra pessoa. As duas pessoas – uma com as câmeras sobre os olhos e outra com as telas sobre os olhos – eram colocadas então frente a frente e levadas a apertarem as mãos.
O voluntário com as telas em frente aos olhos tinha a sensação de que as mãos da outra pessoa eram suas e se via apertando as próprias mãos.
Os cientistas comprovaram a eficácia da técnica ao verificar reações de estresse nos voluntários quando apontavam facas para os braços das pessoas com as câmeras sobre os olhos, ausentes quando as facas eram apontadas para seus próprios braços.
“Esta experiência mostra como é fácil mudar a percepção que o cérebro tem da própria identidade”, comentou o coordenador do estudo, Henrik Ehrsson. “Ao manipular as impressões sensoriais, é possível induzir a pessoa não só a pensar que deixou o próprio corpo, como também que entrou em corpos de outras pessoas.”
A experiência obteve os mesmos resultados quando as duas pessoas tinham aparências diferentes ou mesmo quando eram de sexos diferentes. Os cientistas não conseguiram, porém, fazer os voluntários se identificarem com objetos sem a forma humana, como cadeiras ou um bloco de madeira.
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